para sonhar é preciso lembrar, diz a sabedoria mesoamericana.* e se não lembrar de onde viemos, se acreditarmos que somos mesmo máquina, sem parar _em Macondo, Gabriel García Márquez narra um tempo de esquecimento, depois da peste da insônia. as pessoas precisavam escrever lembretes nas coisas, pra que serviam, como “banana” “bigorna” “deus existe” a realidade, escorregadia, só podia ser capturada momentaneamente pelas palavras, e ainda assim escapava. sem memória, cada um ac

caminho enquanto rezo para que me lembre que confusão faz parte do aprender, da busca, da curiosidade, do caminho que quero abrir. para lembrar que minha confusão também faz ter encontros incríveis, inesperados, que ampliam meu coração e alargam meu olhar. a confusão traz humildade, a maleabilidade. não é fácil quando bate a angústia do não saber: a pressa carrega, traz junto a raiva. quero agarrar certezas, pular etapas e os pontos cegos aumentam. caminho enquanto rezo aos b

(a não ser que você queira cultivar monocultura. e fazer a ingenuidade tomar os campos, e fazer do desequilíbrio trono e rigidez do ecossistema. a alegria não é ingênua. ela tudo vê. não compete, é abundante: a graça, de graça. relaxa, se apoia, se abre. é oferecimento, eco do que soube receber. generosa, testemunha das contradições. agridoce. alegridoce. coexiste elasticamente nas fronteiras. é fruto que dá fruto: nutrição, adubo, flor. é descoberta que compartilha. é conto

eu preciso que pare de desistir de você
mesma toda vez que acha que erra. eu preciso que você respire, e continue pulsando, sonhando. caro coração coragem, eu preciso que você esteja vivo.  eu preciso que você esteja inteiro, forte, em pé.
 sendo luz farol faísca terra adubo semente de outros mundos muros corações. caro coração selvagem, eu preciso de você. conversando com minha professora hoje, chorei porque estava errando. perceber meu erro me fazia envergonhada, fraca, não

“Diz-se que, momentos antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Podemos apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.

todo mundo nasce artista, mas de que serve ser artista em um mundo em colapso? “ eu estava sentindo o prazer de escrever, o prazer da criatividade. eu não me sentia presa de jeito nenhum. eu estava feliz. eu dançava e fazia piadas. o prazer da criatividade pode apagar qualquer dor enquanto eu estiver escrevendo, enquanto eu tiver a capacidade de escrever e me expressar. quando você se expressa, você se sente feliz.” disse Nawal El Saadawi (escritora, médica, psiquiatra e fem

"ser bonita significa reconhecer que o nascimento não acontece só uma vez, mas que pode reacontecer todo santo dia. ser bonita é insistir em dar à luz a si mesma, de novo e de novo. um sinônimo de ser bonita é estar viva. estar viva é entender que a artesania não é o poema que escrevo, mas a poesia que vivo. é fazer de cada respiração o poema de amor mais articulado, e jamais criado." @alokvmenon ✵ respire como um poema de amor. depois, registre esse mapa. com amor e rebeldi